quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

bioenergética



O eixo da Análise Bioenergética está calcado nos conceitos de saúde vibrante, grounding, respiração, carga e descarga de energia, movimento livre e espontâneo. Compreende a personalidade, a qualidade dos relacionamentos, os processos de pensamento e a sexualidade, em função dos processos energéticos. A abordagem tem como ponto de partida o trabalho corporal, buscando a integração entre corpo, mente e espírito.
A Análise Bioenergética foi criada a partir do trabalho de Wilhelm Reich. Reich foi um psicanalista, aluno de Freud, que depois desenvolveu os princípios da terapia corporal, desde a década de 1930. Ele começou a trabalhar diretamente com o corpo, com uma técnica que visava especificamente aprofundar e liberar a respiração, a fim de melhorar e intensificar a experiência emocional. Mais tarde, Alexander Lowen e John Pierrakos, alunos de Reich, ampliaram esse método transformando-o no que se conhece hoje como Análise Bioenergética. Juntos começaram a explorar possibilidades diferentes de trabalhos envolvendo o corpo no processo terapêutico. Buscando liberar as tensões, criaram as posturas em pé para promover vibrações, e desta descoberta nasceu o conceito de grounding.
Depois de algumas experiências, trabalhando consigo próprios e com pacientes, eles perceberam que era possível utilizar em conjunto o grounding, a respiração e as vibrações involuntárias, associadas ao som e aos toques sobre a musculatura tensa, para promover a ligação energética e emocional entre sentimentos do coração, sentimentos sexuais e a consciência. Partiam dos movimentos voluntários para despertar os involuntários e assim desencadear os sentimentos inconscientes enraizados na memória corporal.
A análise bioenergética foi desenvolvida, primeiramente, como um método para tratamento dos sintomas neuróticos (depressão-ansiedade) e para pessoas com problemas sexuais e de relacionamentos. O acesso à experiência corporal é de grande valia no tratamento de personalidades com disfunções pré-genitais (como organizações borderline e estruturas narcísicas) e também nas doenças psicossomáticas. Mas mesmo pessoas sem nenhuma queixa clínica poderão obter, com a análise bioenergética, uma maneira satisfatória para resolver momentos de crise pessoal, aprofundar o autoconhecimento ou liberar sua vivência em direção à alegria e à criatividade.
Os padrões corporais cronicamente rígidos, juntamente com as representações mentais, crenças e valores que sustentam esses padrões, constituem a estrutura de caráter, que influencia a autopercepção física, a auto-estima, a auto-imagem e o intercâmbio com o ambiente. O terapeuta bioenergético possui uma segunda linguagem, com o uso da terapia corporal, com a qual pode se comunicar com seu cliente. Esta segunda linguagem possibilita reviver as relações primárias do cliente e alcançar mais facilmente um nível mais profundo de experiência do que aquele obtido com a abordagem puramente verbal.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

yoga


Yoga é exatamente a viagem dos que, intoxicados de divertimento, acordados pelas abençoadas pancadas das vicissitudes, saudosos da ¨casa do Pai¨, já decisivamente convertidos, se tornaram aspirantes ao Eterno. Yoga é o caminho e o caminhar que conduzem a Deus. Yoguin é aquele que, tendo despertado visto a impermanência e a falência dos valores mundanos, seja cristã, hinduísta, budista, judeu, maometano, está a caminho, pagando o preço dos desafios, das fadigas, das quedas, de todos os sacrifícios, mas sempre avançando sempre querendo chegar.
Professor Hermógenes

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

discernimento.



Não se deixe encantar pelas aparências. Cultive o sentido da pesquisa da verdade.
Quem é mais feliz: um administrador corrupto, nadando em dinheiro, fuçando o impuro prazer que o dinheiro compra, ou o homem sábio que, em sua humildade, firme na rocha de sua fé, tendo alcançado o tesouro da renúncia, no silêncio e na solidão, sem precisar de nada nem ninguém, se entrega à delícia suprema de encontrar-se com o Verdadeiro Deus, que mora em seu coração?

Não se deixe iludir.

repito de novo. quer?



Eu já disse, mas vou repetir:
Não se represa um rio, não se engana a natureza.
Faça a represa que quiser, pois o rio cedo ou tarde vai arranjar um jeito de rasgar a terra. Abrir um caminho e voltar a correr em seu leito de origem.

- M. Falabella.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

retidão

Dentro do caminho por mim escolhido, "arjanam" (retidão) se faz essencial em cada atitude.
Sadhana é o caminho da prática e a retidão nesse caminho sustenta a própria prática fazendo-a substrato da filosofia de vida, do meu caminho. Assim, a retidão deve ser um valor assimilado pela prática pessoal persistente e constante, e ñ simplesmente difundido ou tagarelado via papagaio. Para assimilar um valor ele deve fazer sentido p/ mim. Entendendo o pq da ação e do resultado e adequo a minha conduta ao objetivo final.
A retidão que falo aqui, e como aprendi com Pedro Kupfer, significa retidão de conduta, sermos absolutamente responsáveis por nossas palavras e ações. Diz Kupfer que o início desse caminho é exercer controle sobre a palavra emitida e isso extender-se-á a todas as atitudes. Mentir e falsear a verdade por obra do ego é a forma mais descarada de desviar-se do caminho. "Arjanam" é tal como a flecha de um arco. Intenção, palavra, ação e objetivo final são as partes dessa flecha. Uma vez lançada a palavra ñ tem volta daí a importância em cuidar da língua.
Ñ existe atitude humana livre e consciente s/ que haja uma intenção por base. A palavra como atitude, é portanto precedida de uma intenção que nasce na mente do Homem. A palavra que segue no Dharma, deve ser clara e verdadeira, c/ a intenção de ajudar, dita com "mel na língua" de forma que o ouvinte a entenda e lhe seja útil para sua própria felicidade.
Língua solta e falta de educação, por mais verdadeiro que seja o conceito, ñ é eficaz para ajudar mto menos ensinar. O controle da língua é considerado por mtos o "tapas" mais importante dentro da prática, pois silenciar sobre a verdade é fácil, difícil é dizê-la c/ "mel na língua". E, se meu objetivo é a verdade, a verdade última, todos meus atos e palavras devem ser pautados por ela. Se minto ou falto c/ a verdade, se permito a ñ verdade acontecer na minha vida ocorre uma cisão dentro de mim.
Sábias palavras ouvi de uma tia minha há anos: ”mentir é fácil, cuidar da mentira é que é difícil”. Nada mais verdadeiro que esse ensinamento. Como se a vida ñ fosse complicada suficiente, ao mentir preciso lembrar-me do que falei e pra quem falei, preciso ter excelente memória, pois caso contrário entraria em contradição o tempo todo, teria que dividir as pessoas em grupos pequenos para poder controlar as falsidades que perpetrei, enfim, viveria dividido e dividindo.
Mentira é divisão, mesmo as mentiras “sem conseqüências”, ou mentiras "brancas" geram tensão dentro de mim. E mais ainda, mentindo eu criaria, como ouvi da professora Glória Arieira, duas pessoas dentro de uma só: o ator e o pensador. De tanto mentir, minha realidade seria dupla.
De tanto faltar com a verdade, criei uma divisão entre aquele que pensa que faz e o que faz realmente. O pensador deve ser o ator da ação, senão eu passo a acreditar na minha própria mentira e cada vez a bola de neve aumenta mais. Portanto, vendo que essa bola de neve surge lá atrás, naquele ponto onde eu faltei com a verdade, que isso se transformará num monstro e me dividirá em duas entidades antagônicas, eu desenvolvo o valor real pela verdade. Isso estrutura toda a minha vida e minha forma de viver e conviver com os outros. Então a verdade, bem mensurada para melhor ser compreendida, suave e c/ a intenção de ajudar deve sempre sair da boca do "sadhalka" (buscador) e "Arjanam", um dos seis valores que o sábio Sanatkumara ensina ao Rei Cego Dhritarastra no Épico Mahabharata é uma prática que consiste em cultivar tais valores para ter uma vida feliz, é fazer coincidir nossas intenções, palavras e ações c/ aquilo que é certo: o dharma, a justiça universal.

Como ensina Pedro Kupfer: "Aquilo que penso é aquilo que falo; aquilo que falo é aquilo que faço. Isso é retidão."