domingo, 30 de junho de 2013

O égo nosso de cada dia.

Quem é esse que se irrita, quem é esse que perde a paciência, quem é esse que pensa que tem razão, quem é esse que tem opiniões, quem é esse que não consegue se calar? - Esse que vocês podem identificar, é nosso maior inimigo.
Então esse grande mal que está dentro de nós e que frequentemente derrota os homens, é ele mesmo, o “eu”, o ego, o amor a si mesmo. Por isso devemos buscar o autoconhecimento, pois estudar a si mesmo é esquecer-se de si mesmo, esquecer de si mesmo é ser iluminado por todas as coisas. Então, enquanto nós temos um “eu mesmo” dentro de nós, ele nos atrapalha demais, por que esse “eu”, esse ego, é ele quem se ofende com o que os outros fazem, é ele quem quer impor sua opinião, é ele quem pensa que sabe o que é o certo e que pensa que os outros estão errados.
Os que mais causam mal à humanidade são os que têm certeza que estão certos. Eles estão dispostos a qualquer coisa para provar isto.
A convicção do “eu”, “meu eu”, “meu ego”. Meu ego se ofende, se irrita quando não concordam com ele. Meu ego quer impor sua opinião, meu ego quer que os outros se dobrem ao que eu penso. E não há medida no esforço e na violência que as pessoas estão dispostas a empregar para isso.
E essa é a história da nossa humanidade, história das ditaduras. Nós sabemos o que é o melhor, nós sabemos o que está certo. E não importa se são ditaduras de direita ou de esquerda. O mal, os horrores continuam, são os mesmos, porque tem certeza que tem razão. Então se têm razão, podem impor sua opinião, e todas as revoluções acabam dando no mesmo, donos de poder que não o largam.
Cada um de nós deve, quando pensa que tem razão, fazer um exame, olhar para dentro de si e perguntar – “Quem é esse que pensa que tem razão, quem é esse que está disposto a discutir, que é esse que se ofendeu, quem é esse que está irritado, quem é”?
Daí vocês irão olhar dentro de si e verão a pior parte de si, cheia de vaidade, cheia de orgulho e disposto a destruir o mundo em prol de si mesmos.

Monge Genshô 

sábado, 15 de junho de 2013

É possível nunca ser magoado?

"Porque as consequências de ser ferido são: construir um muro em torno de si e o afastamento de nossas relações uns com os outros para não se machucar mais. E nisto existe o medo, um gradual isolamento. Agora, nós estamos perguntando, se é possível, não só estar livre das feridas do passado, mas também, nunca se machucar novamente, não por insensibilidade, pela indiferença, pela total desconsideração de todas as relações, mas sim, questionar o porque e o que está sendo ferido."

terça-feira, 11 de junho de 2013

em tempos de tanta promiscuidade...

...um convite à reflexão:


Preste atenção a quem você compartilha sua energia íntima. A intimidade, a este nível, entrelaça sua energia com a energia da outra pessoa.
Essas conexões poderosas, independentemente de quão insignificante você acha que elas sejam, deixam detritos espirituais, particularmente nas pessoas que não praticam qualquer tipo de limpeza física, emocional ou de outra forma...
Quanto mais você interagir intimamente com alguém, mais profunda será sua ligação e mais suas auras se entrelaçarão. Imagine a aura confusa de alguém que dorme com várias pessoas e absorve estas múltiplas energias? O que elas podem não perceber é que há energias que conseguem repelir a energia positiva e atrair, assim, energia negativa em sua vida. Eu sempre digo, nunca dormir com alguém que você não gostaria de ser.

- Sandra Beck, terapeuta.

sábado, 20 de abril de 2013

Pra quem está solteiro


Estar solteiro é uma oportunidade de aprender a lidar com você mesmo, aprender a identificar suas preferências, seus limites, suas fraquezas e, principalmente, preencher o vazio interno. Assim, é possível libertar-se do apego e da dependência de um parceiro. Um relacionamento nessa vibração se concretiza pelo medo da perda, gerando necessidade de controle, ciúmes e situações de... abuso. Portanto, assuma o compromisso de amor com você mesmo, aprofunde-se nesse relacionamento interno. Aprenda a viver a paixão, o amor, as brigas e desentendimentos de você com você mesmo. Aprenda a lidar com o orgulho, com a solidão e a rejeição. Dessa maneira, estará preparado para viver de maneira saudável seus relacionamentos afetivos com o outro.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Despertando o verdadeiro coração da bravura.


Parte 1: O Caminho do Guerreiro
Se tornar um guerreiro e encarar a si mesmo é uma questão de honestidade mais do que auto-condenação. Olhando a si mesmo, você pode descobrir que tem sido um bom menino ou uma boa menina, e pode se sentir péssimo a respeito de si mesmo. Sua existência pode parecer penosa, completamente apagada, como o Buraco Negro de Calcutá. Ou talvez você veja algo bom sobre si mesmo. A idéia é simplesmente encarar os fatos. A honestidade tem um papel muito importante. Apenas veja a verdade simples e direta sobre você mesmo. Quando você começa a ser honesto consigo mesmo, você desenvolve uma genuína intuição sobre a verdade. Isso não significa necessariamente se diminuir. Descubra simplesmente o que está lá, simplemente veja, e então pare! Então, primeiro, olha para si mesmo, mas não se condene. É importante estar focado nos fatos, presente. Apenas olhe, e quando você ver a situação na sua plenitude, então você começa a ser o guerreiro.
Capítulo 1: Encarando a Si Mesmo
Nosso assunto é o guerreiro. Qualquer um que esteja interessado em ouvir a verdade, que no Budismo chamamos de dharma; qualquer um interessado em encontrar a si mesmo; e qualquer um interessado em praticar meditação é basicamente um guerreiro. Muitas abordagens em relação à espiritualidade e à vida em geral são influenciadas pela covardia. Se você tem medo de ver a si mesmo, pode usar a espiritualidade ou a religião como uma maneira de olhar a si mesmo sem ver nada de si mesmo. Quando as pessoas tem vergonha de si mesmas, não há destemor envolvido. Entretanto, se alguém tiver vontade de olhar a si mesmo, quiser explorar e praticar consciência aqui mesmo, então é um guerreiro.
“Guerreiro” aqui é uma tradução da palavra Tibetana “pawo”. Pa significa “bravo”, e wo a transforma em “a pessoa que é brava”. A tradição de guerreiros que estamos falando aqui é uma tradução de bravura. Você pode ter uma idéia sobre um guerreiro como alguém que incita a guerra. Mas nesse caso, não estamos falando de guerreiros como aqueles que vão pra guerra. A guerra aqui se refere à bravura e destemores fundamentais.
A bravura é baseada na superação da covardia e de nosso senso de ser machucados. Se nos sentimos fundamentalmente feridos, podemos ter medo que alguém possa colocar pontos em nós para curar as feridas. Ou talvez já tenhamos os pontos, mas não queremos que ninguém os tire de nós. A abordagem do guerreiro é encarar todas essas situações de medo e covardia. O objetivo geral da guerra é não ter medo. Mas o fundo da guerra é o próprio medo. Para ser destemido, primeiro temos que encontrar onde o medo está.
O medo é o nervosismo, o medo é a ansiedade, o medo é o senso de inadequação, um sentimento que não somos capazes de lidar com os desafios da vida diária. Sentimos que a vida é opressiva. As pessoas podem usar tranquilizantes ou yoga para suprimir seus medos: tentam flutuar sobre a vida. Elas podem fazer intervalos ocasionais para ir ao Starbucks ou ao shopping. Temos todos os tipos de truques e mecanismos que usamos para que podemos experimentar o destemor simplesmente tirando nossas mentes do nosso medo.
De onde vem o medo? Vem do nosso espanto ou desorientacão mais básico. De onde vem o espanto mais básico? Vem da incapacidade de harmonizar e sincronizar a mente e o corpo. Na pratica sentada da meditação, se você se posicional mal no assento, será incapaz de sincronizar corpo e mente. Você não tem uma percepção do seu lugar ou da sua postura. Isso se aplica ao resto da vida também. Quando você não se sente fundamentado ou adequadamente fixado no seu mundo, voc&e não pode se conectar com sua experiência ou à do resto do mundo.
Então o problema começa de uma maneira muito básica. Quando o corpo e a mente não estão sincronizados, você se sente como uma caricatura de si mesmo, quando como um idiota ou palhaço primordial. Nessa situação, é muito difícil se relacionar com o resto do mundo.
Essa é uma versão simplificada do que é conhecido como a mentalidade do sol-se-pondo: ter perdido completamente o caminho da harmonia de ser humano. A idéia do sol poente é que o sol já está se pondo no seu mundo, e você não pode ir além da escuridão. Você sente que só existe miséria, nuvens, a masmorra, vida na sarjeta. Para compensar por isso, você pode ir a um calabouço muito escuro com péssima luz, onde você se embebeda. Isso é chamado de um clube. Voc&e dança como um macaco bêbado que se esqueceu das bananas e de sua casa na floresta há muito tempo. Então se diverte com cerveja barata enquanto balança seu rabo. Não há nada com a dança per se, mas neste caso é uma forma de fugir ou de evitar o medo. É muito triste. É o sol se pondo. É um beco sem saída.
Em contrasto com isso, o Grande Sol do Leste é o sol que está plenamente nascendo em sua vida. É o sol da consciência, o sol da dignidade humana. É Grande porque representa a ascensão e as qualidades da abertura e da suavidade. Você tem um sentido austero da sua postura e lugar no seu mundo, que nós chamamos ter boa cabeça e pescoço. Está no Leste porque você tem um sorriso em seu rosto. O Leste é o conceito do nascente. Quando você olhar pra fora na primeira hora da manhã, você vê a luz vinda do Leste, mesmo antes que o sol apareça. Então o Leste é o sorriso que você tem quando acorda. O sol está para nascer. O ar fresco está chegando com o nascer. Por isso o sol está no Leste e é Grande.
Aqui, o sol é um sol completamente maduro, o sol que você vê no céu pelas 10 da manhã. É o oposto da imagem do macaco bêbando dançando à meia-noite na luz de lâmpadas elétricas. O contrasto é a visão estupenda e absolutamente extraordinária do Grande Sol do Leste que é austero e consciente, fresco e preciso.
Podemos ir mais a fundo nos detalhes mais tarde, mas primeiro deveríamos discutir a compreensão fundamental do medo e do destemor. Um dos principais obstáculos ao destemor são os padrões habituais que nos permitir nós nos frustarmos. Ordinariamente, não nos permitimos experimentar a nós mesmos plenamente. Digo, temos medo de nos encararmos. Experimentar o âmago mais interior de nossa existência é constrangedor para muitas pessoas. Várias pessoas tentam encontrar um caminho espiritual onde não tenham que encarar a si mesmas mas onde possa ainda assim libertarem – libertarem-se de si mesmas, na verdade. Na verdade, isso é impossível.

Part One: The Way of the Warrior
Por Chögyam Trungpa




terça-feira, 16 de abril de 2013

como sei se é a razão ou coração?



 Acredito que todos nós, independentemente da religião ou crença, concordamos que a vida é uma grande escola e que nosso maior objetivo aqui é nos desenvolvermos e aprendermos. E para estarmos vivos, nesta realidade tridimensional, nós, que somos seres de pura luz e energia, precisamos de um corpo que nos permita experimentar tudo o que esta realidade nos oferece. O processo é longo, por vezes demorado, e muito complexo – o que faz com que nosso tempo por aqui seja extremamente valioso, uma vez que os 80 ou 90 anos que teremos em média de vida, se tudo der certo, seja bastante curto. Este corpinho é nosso passaporte para esta experiência, veículo de nossa alma imortal. Se ele parar de funcionar é game over, começa tudo do zero, motivo pelo qual a sobrevivência deste corpo é a coisa mais importante que existe. E, então, a Criação, em sua infinita sabedoria, dotou este corpinho lindo de um instrumento de navegação incrível, um verdadeiro software, que garante a sobrevivência do hardware: a mente física. Se ainda fôssemos homens da caverna, a mente seria extremamente útil ao se ocupar com itens de fábrica nas questões da sobrevivência: procurar alimento, se proteger das intempéries do tempo, fugir de predadores naturais, guerrear com inimigos ameaçadores. Mas nós não vivemos mais em cavernas, e a mente, que não sabe fazer mais nada a não ser pensar e se proteger de todos os riscos, este software incrível continua rodando em nossos sistemas. E, como não sabe fazer mais nada, fica constantemente nos alertando de todos os perigos existentes – e mudança, correr riscos e sair da zona de conforto são interpretados como predadores naturais. São estas possibilidades que podem nos aniquilar. É como se ela pensasse, “você vem funcionando como vem funcionando e até hoje isso deu certo – você está vivo, não está? Então, para que agir diferente? Isso é um perigo – continue sendo quem sempre foi, não vá tentar algo diferente, não vá se arriscar!”. Para ela, não importa a sua felicidade. Para ela, não importa o seu presente, contanto que você se mantenha respirando. Para ela, importa viver no tempo: passado e futuro. O que você fez de besteira no passado, como aprender com estes erros para não repeti-los no futuro e correr riscos de deixar de respirar. Para a mente não importa os desejos do seu coração – este também, outro software de navegação, mas que se orienta no presente. É ele quem te diz onde você está agora, e se isso é bom ou ruim. Enquanto a mente se preocupa com o tempo (ontem, amanha), o coração se ocupa da eternidade. ៚Na grande maioria das vezes, quando me perguntam o que é o coração e o que é a mente, eu respondo: “O que você quer?”. E a pessoa começa a dizer que não sabe, e que… E aí eu a interrompo e pergunto novamente: “O que você quer?”. E a pessoa continua dizendo que até acha que sabe, mas é que… E então, novamente: “O que você quer?”. E a pessoa, finalmente, responde o que quer. Não o que a mente diz que é seguro, ou lógico, ou de bom senso. Simplesmente o que ela quer. O que faz seu coração vibrar, por mais que seja ilógico, irracional e absurdamente perigoso. Seu coração sempre sabe o que quer, mas sua mente não permite que ele seja ouvido, porque é trabalho dela examinar absolutamente todas as possibilidades de todas as situações com as quais você se depara – pobre mente, ela não sabe fazer outra coisa! E seu coração: ele só sabe pulsar. Ele te diz o que quer, o tempo todo. Você só precisa silenciar sua mente, que vai ouvir sua voz. Ou como diz o amado mestre OSHO : “Deste impasse você não vai conseguir sair valendo-se de fórmulas, pesando os prós e os contras, ou tentando resolvê-lo de alguma outra forma com a sua mente. Melhor seguir o seu coração, se lhe for possível ter acesso a ele. Se não tiver, simplesmente salte — o seu coração começará a bater tão depressa que não haverá engano a respeito de onde ele está!”.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve!


Na obra "Alice no país das maravilhas", Alice cai. Ela está atrás de um coelho e cai em um mundo desconhecido (na verdade, a menina cai dentro de si mesma). Entre os inúmeros personagens da obra, temos um coelho que está sempre atrasado, correndo para lá e para cá com o relógio na mão e o outro é um gato do qual somente aparece o sorriso, ficando visíveis os dentes e às vezes, o rabo.
Há uma cena que quero comentar: o encontro de Alice com o gato. Na cena, Alice está perdida, e de repente, vê no alto da árvore o gato. Ela olha para ele lá em cima e diz assim:


Alice:"Você pode me ajudar?"
Gato: "Sim, pois não."
Alice:"Para onde vai essa estrada?"
Gato:"Para onde você quer ir?"
Alice:"Eu não sei, estou perdida."
Gato: "Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve."


      Quantas pessoas se encontram assim? Perdidas? Se você não sabe onde está, assim como Alice, como saberá para onde vai? Se qualquer caminho serve para você, então, quem está no controle do barco de sua vida? O acaso ou você? Se sua vida está um verdadeiro "deixa a vida me levar vida leva eu", está na hora de você parar e pensar se realmente é isso que quer para sua vida. Onde você está? Para onde quer ir? E talvez a principal de todas as perguntas: Quem é você?
O ponto inicial de qualquer jornada ou viagem, se inicia sabendo onde se está. Senão, poderá querer chegar à China e acabará indo para a Grécia. Nada a ver, não é mesmo? E quantas pessoas chegam ao seu destino e percebem que não era para estar na Grécia e sim na China? E percebem que perderam um tempão, rumo ao lugar que nada tem a ver com os seus sonhos, metas e objetivos?
Usei várias metáforas acima para ilustrar que a melhor, senão a única forma de atingir o que você quer e ser feliz de verdade, é o autoconhecimento.


Não existe outro caminho. E esse caminho é IN e não OUT.